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DE CALDAS BRANDÃO/PB: CRIANÇA ESPECIAL VOLTA A ANDAR APÓS CIRURGIA EM HOSPITAL DE JOÃO PESSOA


Criança especial e tetraplégica volta a andar após cirurgia

no Hospital Arlinda Marques


Quarta, 22 de Outubro de 2014

CRIANÇA FAZENDO O TRATAMENTO

“Minha filha renasceu. Ela voltou a viver. E o que me deixa mais feliz é ver o sorriso estampado no seu rosto”. Essas foram as palavras da agricultora Odete Maria de Assis, 57 anos ao comprovar que sua filha voltou a andar após passar por um procedimento cirúrgico de alta complexidade no Complexo de Pediatria Arlinda Marques que integra a rede hospitalar do Estado. Ela reside no município de Cajá Caldas Brandão e é mãe da adolescente Maria Edlane da Silva de apenas 15 anos de idade.
Odete Maria contou que sua filha nasceu com Síndrome de Down. Até os 13 anos era considerada uma criança normal, pois brincava e estudava, mas aos 13 anos passou a perder os movimentos do corpo e apresentar outros problemas de saúde. Em novembro do ano passado, a garota foi trazida ao Hospital Arlinda Marques e passou a ser atendida pelo neurologista Christian Diniz Ferreira.
Ele lembra que a criança chegou ao hospital tetraplégica sem os movimentos dos braços e das pernas e por isso precisava urgente de uma intervenção cirúrgica. O procedimento realizado foi uma “ Fixação Atlanto Axial”, que teve o objetivo de corrigir a instabilidade das duas primeiras vértebras cervicais (Atlas e Axis). De acordo com o médico 60% dos pacientes portadores de síndrome de Down apresentam frouxidão nos ligamentos, como foi o caso da adolescente Maria Edlane da Silva.
Passado todo esse período de avaliação e acompanhamento médico, a criança voltou ao Hospital Arlinda Marques na manhã desta sexta-feira (17) já caminhando e com todos os movimentos dos braços e pernas recuperados. Depois de feita a avaliação, o médico Christian Diniz Ferreira solicitou um raio X do local cirurgia e um exame de urina apenas para controle. Ela está bem, a recuperação está dentro do esperado e a cirurgia foi um sucesso”, comemorou o neurologista. Ele disse ainda que a paciente vai continuar com o tratamento de fisioterapia que é realizado duas vezes por semana na cidade de Mari.
Uma  das pessoas que acompanhou todo o tratamento da jovem, foi presidente da Associação dos conselheiros e ex-conselheiros Tutelares da Paraíba, Lenon Jânio Fontes de Sousa. Ele afirmou que para a realização da cirurgia contou com todo apoio do secretário de Saúde, Waldson Dias de Souza e do diretor geral do Hospital Arlinda Marques Bruno Leandro de Souza que juntamente com toda a equipe médica não mediram esforços par que o procedimento cirúrgico fosse feito o mais rápido possível. 
Que também acompanhou o tratamento da adolescente foi a psicopedagoga Teresa Cristina Pallottin que atua na área de saúde do Conselho Tutelar Região Sul de João Pessoa. Ele enalteceu todo o empenho da equipe médica responsável pela cirurgia como também do apoio que recebeu da direção do hospital. “Estamos todos de parabéns por mais essa vitória que não é só dessa paciente, mas de todos nós, pois não tem nada mais gratificante na vida do que você ver o sorriso estampado no rosto de uma criança” comemorou. Teresa Cristina afirmou ainda que sempre tem buscado o apoio do Arlinda Marques quando precisa de atendimento e em todas áreas para crianças e sempre foi bem recebida e atendida. “Esse hospital é um marco na área de atendimento em pediatria”, destacou a psicopedagoga.
Sobre o serviço- O Serviço de Neurocirurgia Pediátrica do Arlinda tem o objetivo de atender a grande demanda paraibana de crianças com patologias neurocirúrgicas. É o único serviço de referência do Estado da Paraíba para procedimentos neurocirúrgicos pediátricos, recebendo até crianças de Estados vizinhos com uma média de 180 procedimentos neurocirúrgicos por ano.
O serviço é composto por uma equipe composta por Neurocirurgiões, cirurgiões pediátricos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, intensivistas neurologistas, neuropsicólogos, pediatras, oncologistas, assistente social primando por um atendimento multidisciplinar e com uma estrutura de alta complexidade, recursos humanos, físicos e materiais adequados, e com isso o Complexo “ tem ampla condição de oferecer à população pediátrica um atendimento adequado e de qualidade”, garantiu Christian Diniz Ferreira.
O Serviço de Neurocirurgia Pediátrica do Complexo Pediátrico Arlinda Marques realiza, microcirurgia de tumores cerebrais; microcirurgias de tumores medulares, Tratamento neuroendoscópico para hidrocefalias e tumores cerebrais; Cirurgia de cranioestenose; Cirurgia para epilepsia, incluindo amígdalo-hipocampectomia seletiva, hemisferectomia, para controle da atividade epiléptica; Reconstrução complexa craniofacial para tratamento de deformidades congênitas ou traumáticas craniofaciais; Intervenção neuroradiológica para malformações arteriovenosas (MAV) e Monitorização de pressão intracraniana e oximetria cerebral contínua para as lesões cerebrais.
Christian Diniz Ferreira explica que além da parte cirúrgica, o serviço tem a preocupação de oferecer atividade de educação continuada. “ Publicamos, com o nome do serviço 12 trabalhos científicos, incluindo 4 que foram para o Congresso Europeu de Neurocirurgia em Amesterdã na Holanda em Maio de 2012, somos referência em Neuroendoscopia no Brasil e com isso conseguimos trazer para João Pessoa o Curso Latino Americano de Neuroendoscopia do Capítulo de Neurocirurgia Pediátrica da Federação Latino Americana de Neurocirurgia e foi primeira vez que esse evento foi realizado no Brasil.
“Nós que formamos o Centro de Neurocirurgia Infantil do Hospital Arlinda Marques entendemos que as crianças necessitam de cuidados de saúde diferenciados. É nosso objetivo primordial assegurar que tudo, incluindo equipamentos e profissionais, esteja voltado para este cuidado com a saúde infantil. Queremos fazer da Paraíba um centro de referência da neurocirurgia infantil brasileira”, destacou Christian Diniz Ferreira.
Ele explica que as doenças neuropediátricas podem aparecer desde o início do desenvolvimento, abrangendo o período intra-uterino e estendendo-se a faixa etária do recém-nascido, lactente, escolar e adolescente. Entre as patologias neurológicas que exigem tratamento cirúrgico, as mais prevalentes na infância são: a hidrocefalia, cranioestenoses, disrrafismos espinhais (mielomeningocele, encefalocele), tumores no SNC (tumor sólido mais freqüente nas crianças), sendo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado e multidisciplinar indispensáveis à redução da morbidade e melhoria da qualidade de vida dessas crianças.
Síndrome de Down - A trissomia 21, a chamada síndrome de Down, é uma condição cromossômica causada por um cromossomo extra no par 21. Crianças e jovens portadores da síndrome têm características físicas semelhantes e estão sujeitos a algumas doenças. Embora apresentem deficiências intelectuais e de aprendizado, são pessoas com personalidade única, que estabelecem boa comunicação e também são sensíveis e interessantes. Quase sempre o “grau” de acometimento dos sintomas é inversamente proporcional ao estímulo dado a essas crianças durante a infância.
Normalmente, os humanos apresentam em suas células 46 cromossomos, que vem em 23 pares. Crianças portadoras da síndrome de Down têm 47 cromossomos, pois têm três cópias do cromossomo 21, ao invés de duas. O que esta cópia extra de cromossomo provocará no organismo varia de acordo com a extensão dessa cópia, da genética familiar da criança, além de fatores ambientais e outras probabilidades.
A síndrome de Down pode ocorrer em todas as raças humanas e efeitos semelhantes já foram encontrados em outras espécies de mamíferos, como chimpanzés e ratos.

A trissomia 21 é um acidente genético que ocorre no momento da concepção em 95% dos casos. Com o avanço da idade materna existe uma maior probabilidade de gestar um bebê com alterações cromossômicas como a Síndrome de Down, principalmente acima dos 35 anos de idade. Isso acontece pois os folículos que darão origem aos óvulos da mulher já nasce com elas, e células mais velhas tem maiores chances de terem erros durante seu processo de divisão, o que pode causar a presença de um cromossomo a mais ou a menos nos óvulos.
Uma grávida de 30 anos tem 1 em 1.000 chance de ter um bebê Down. Aos 35 anos, as chances são de 1 em 400. Aos 40, 1 em 100, e aos 45 as chances são de 1 em 30. No entanto, mulheres com menos de 35 anos também podem gestar uma criança com síndrome de Down.



Paulo Cosme

Perfil de ""

Formado em radialismo,Cursou A FUNETECE,Ensino médio Completo,E-mail: radialistasergiothiago@gmail.com.
 
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