Médicos fazem primeiro
transplante com 'coração morto'
Sábado, 25 de Outubro de 2014
O órgão tinha parado de funcionar 20 minutos
antes
Cirurgiões
na Austrália realizaram o primeiro transplante cardíaco usando um coração
tecnicamente morto.
Os
corações usados em transplantes normalmente são retirados de pacientes com
morte cerebral, mas ainda com batimentos cardíacos.
Desta
vez, porém, os médicos do St Vincent's Hospital, em Sydney, ressuscitaram e
transplantaram órgãos que haviam parado de bater até 20 minutos antes.
A
técnica envolveu uma máquina que os médicos batizaram de
"heart-in-a-box" (coração em caixa), que mantém o órgão aquecido. Os
batimentos são então restaurados e fluidos e nutrientes são injetados para
reduzir o dano muscular.
A
primeira paciente a receber um transplante usando a técnica foi Michelle
Gribilas, de 57 anos.
"Agora
sou uma pessoa totalmente diferente", disse a mulher, que recebeu o
coração dois meses atrás. "Me sinto como se tivesse 40 anos. Tenho muita
sorte."
"Esse
avanço representa um passo na redução da falta de órgãos", disse o chefe
da unidade de transplantes do hospital St Vincent's, Peter MacDonald.
Mais
órgãos
Diferentemente
de outros órgãos, o coração não é aproveitado após a chamada morte circulatória
– quando cessam os batimentos cardíacos. O órgão é retirado e mantido no gelo
por até quatro horas antes da operação.
Diversos
métodos de aquecimento e fornecimento de nutrientes são usados para manter
outros órgãos, como o fígado e os pulmões, próprios para transplante.
Mas ele
disse que "ainda é muito cedo para estimar quantas vidas podem ser salvas
por transplantes a cada ano se essa tecnologia for adotada como prática padrão
no futuro".
A
Fundação Britânica para o Coração descreveu a técnica como "um
desenvolvimento significativo".
BBC
Brasil