Terça-feira, 04 de Julho de 2015
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Agência Brasil
Advogado do ex-ministro José Dirceu, Roberto Podval, diz, em
entrevista à imprensa que não há nada de novo que justifique a prisão de seu
cliente
O advogado Roberto Podval, que
defende o ex-ministro daCasa Civil José Dirceu, disse, em entrevista à imprensa, em Brasília, que
vai tentar reverter a prisão de seu cliente determinada nessa segunda-feira (3)
pelo juiz federal Sérgio Moro. “Nós vamos recorrer e tentar reverter uma
decisão, a meu ver, equivocada. A prisão foi para dar um exemplo, e não pelos
fins de uma prisão preventiva”.
Para o advogado, Dirceu está sendo usado como “bode expiatório” no processo da
Lava Jato. “Ninguém fala de uma única conta ou movimentação do Dirceu no
exterior. Não fala porque não tem. Colocam ele como o grande responsável do
Petrolão. Estão buscando um bode expiatório no processo. Podem odiar ele, falar
o que quiser dele, mas não havia fundamento para a prisão. Parece-me exagerado,
equivocado, injusto."
De acordo com o advogado de José Dirceu, a prisão foi em decorrência da pressão
popular e não pela existência de fato novo que justificasse a decisão do juiz
federal Sérgio Moro. “Há um movimento, uma pressão popular, e ela cai em cima
do juiz, que é cobrado pela população. Não vou culpar o juiz Sérgio Moro. Não
acho que ele esteja fazendo política, mas acho que ele, como qualquer ser
humano, está reagindo à pressão popular”, disse. “Nada de novo aconteceu para
justificar, agora, a prisão. O que mudou no processo de 60 dias para hoje?
Absolutamente nada”, completou.
O advogado chegou a comentar que seria melhor Dirceu ficar preso em Brasília,
em função da proximidade com a família. “Para a família, que vive em Brasília,
facilita. Para mim, nada é bom. Prisão aqui ou em outro lugar. Aqui não tem
vitória. Fomos derrotados com relação a ele ser preso. Estamos tentando deixar
a coisa maiscômoda dentro do que é ruim”.
Transferência para Curitiba - O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal (STF), autorizou esta noite a transferência de Dirceu para a
carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Ele foi preso hoje na 17ª fase
da Operação Lava Jato, em Brasília.
A PF aguardava a autorização do Supremo a fim de transferi-lo para a capital
paranaense, onde estão outros presos na Lava Jato. A decisão de Barroso,
relator das execuções penais dos condenados no processo, é necessária porque
Dirceu cumpre pena em regime aberto por ter sido condenado na Ação Penal 470,
do processo do mensalão.
No ofício enviado a Barroso, o juiz Sergio Moro justificou que a transferência
é importante para as investigações, pois os
processos referentes à Lava Jato tramitam na Justiça Federal em Curitiba.
Agência
Brasil